Às 11 horas da manhã de segunda-feira, 21, saiu rumo à
Brasília a delegação aracajuana de agentes de saúde em busca da aprovação do
piso salarial da categoria, a delegação foi composta por 20 pessoas que
seguiram a bordo de um micro-ônibus fretado pela SACEMA (sindicato dos agentes
comunitários de saúde e agentes de combate às endemias do município de
Aracaju), também fez parte da comitiva uma van que transportou 4 agentes de
saúde oriundos dos municípios de Arauá e Umbaúba.
Depois de 28 horas de viagem, a delegação chegou a capital
federal ás 15h de terça-feira, 22, logo na chegada um pequeno imprevisto fez
com que a direção do SACEMA não participasse das articulações programadas para
aquele dia.
No dia seguinte, quarta-feira, 23, todos levantaram muito cedo
com o intuito de ver um sonho concretizado, o café da manhã foi regado a muito
entusiasmo e ao mesmo tempo muita desconfiança, uma vez que muitas já foram as
promessas e poucos foram os avanços, logo após os trabalhadores seguiram em
direção ao congresso nacional, ao chegarem ao local todos foram informados que
antes da votação haveria um evento no auditório Nereu Ramos, o qual até então
não sabíamos do que se tratava, ao chegarem ao referido espaço os agentes
assistiram a um assembleia informativa,
onde foram expostos os principais pontos da negociação com o governo federal,
entre eles os que mais chamaram mais a atenção foram as duas propostas
encaminhadas pelo governo federal, a primeira tratava da exclusão dos agentes
de combate às endemias do texto, e a segunda tratava das fontes de
financiamento, que estabeleciam o comprometimento dos estados e municípios no
pagamento do piso, as duas propostas foram rejeitadas pela CONACS(confederação
nacional das associações de agentes comunitários de saúde).
Após o almoço os agentes se concentraram em frente a uma das
vias de acesso ao congresso na tentativa de participarem da seção que iria
definir de certa forma o futuro da categoria, porém a segurança da casa se negou a conceder o acesso e ainda
convocou aparato policial como se os agentes de saúde de todo o Brasil fossem
marginais, a reação dos trabalhadores foi de imediato cantar o hino nacional e
em seguida gritar palavras de ordem, a movimentação foi tão grande que
decidiram abrir um dos auditórios do senado, dotado de telão e serviço de som,
para que todos pudessem acompanhar a
votação, a correria foi grande e ao mesmo tempo a movimentação deu início a um
linda caminhada em direção ao auditório Petrônio Portella, porém a insatisfação
ainda era grande, os agentes desejavam acompanhar a seção das galerias do
plenário da câmara federal, depois de muita insistência apenas 150 senhas foram
disponibilizadas, após muita negociação a delegação sergipana conseguiu o
ingresso de 9 pessoas, enquanto os demais acompanharam através de telão no
auditório Petrônio Portella.
Depois de um dia inteiro de espera, por volta das 8 horas da
noite, tiveram início os debates em torno da matéria que tratava da
regulamentação do piso salarial dos agentes de saúde de todo Brasil, logo no
início ficou claro a intenção da ala governista em adiar a votação postergando-a para o dia 12 de novembro, por
outro lado, a bancada de oposição tentava a todo custo fazer com que a matéria
fosse apreciada e votada no mesmo dia, porém os deputados de situação, com o
argumento de que era preciso definir as fontes de financiamento,
descentralizando do governo federal e dividindo com os estados e municípios,
conseguiram obstruir a votação e conseguiram adiar a votação para o dia 12 de
novembro, o que frustrou a todos os presentes, que esperavam voltar para os
seus lares levando boas notícias para os seus colegas.
Ficou muito claro que a CONACS não tem a habilidade
necessária para negociar com o governo, se mostrando muito frágil diante das
situações de embate, o que acarretou em mais uma vez adiarmos o sonho do piso,
mostrando ainda um certo desconhecimento de causa.
Outro ponto que chamou atenção foi a “má fé” por parte da
direção da CONACS na venda de camisas, as peças foram negociadas com as
delegações com o argumento de que sem as mesmas não seria concedido o acesso ao
plenário da câmara, o que levou várias pessoas deixarem de comer para enfim
participar da seção que prometia mudar os rumos da categoria, porém as camisas
só serviram para a CONACS dizer que tem
poder e arrecadar fundos, muitos se revoltaram e ameaçaram boicotar as próximas
mobilizações se o dinheiro não fosse devolvido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário